O presidente Edu Gelmi (MDB) demonstrou, em seu discurso pela 102ª Sessão Ordinária, inconsistências no relatório produzido pelo Executivo Municipal para a revisão do Plano Diretor de Vinhedo. Conforme discurso do parlamentar, o número de habitantes projetado para a cidade é inferior à realidade e, ainda, falta planejamento para recursos hídricos no documento.
“As pessoas precisam ter moradia; precisam ter o direito de fazer investimentos; de trazer empresas para a cidade. Mas estão se esquecendo do mais importante: vai ter água para abastecer a todos? Do jeito que está, não”, alertou Edu Gelmi
Segundo o vereador, a falta de água será sentida pela comunidade já em breve. “Entramos no inverno, época de estiagem, e vai faltar água em Vinhedo – e vai faltar muita água na Capela, porque o que se produz no bairro não é suficiente para abastecer a população daquela região”, comentou o presidente do Legislativo.
Em seu discurso, Edu Gelmi explicou que o abastecimento na região da Capela é auxiliado por remanejamento da produção na ETA 1, mas durante períodos de estiagem não há água suficiente para realizar este procedimento.
“É claro que sou a favor do progresso, mas não podemos aprovar uma revisão de Plano Diretor sem um mínimo de planejamento hídrico”, explicou o vereador Edu Gelmi. O parlamentar demonstrou que, conforme números apresentados pelo Executivo, Vinhedo tem hoje pouco mais de quatro mil lotes ociosos – o que representa, segundo o presidente da Casa de Leis, cerca de 16 mil novos habitantes quando estes espaços forem ocupados.
De forma objetiva, o presidente Edu Gelmi alertou para a realidade dos números de Vinhedo: “olhem bem! O Plano Diretor foi editado em março e previa para 2019 uma população de 77 mil habitantes, mas alguém tem dúvidas de que já temos mais de 80 mil habitantes em Vinhedo? E se computarmos mais essas 16 mil pessoas que virão destes lotes já existentes e que estão ociosos, passaremos para quase 100 mil habitantes. E o Plano Diretor fala em 102 mil pessoas somente em 2026. Alguma coisa está errada”.
Com a experiência de quem já foi superintendente da Sanebavi, Edu Gelmi explicou que, em média, o munícipe consome 200 litros de água por dia em Vinhedo e completou com a informação de que a proposta do Executivo é que o cidadão reduza em dez por centro o consumo. “Só se cortar a água, se houver contingenciamento, mas fazendo dessa forma quem tem uma caixa d´água grande vai manter o consumo”, explicou.
“São números! Como é que a gente aprova o crescimento da cidade sem o mínimo de planejamento hídrico?”, questiona Edu Gelmi. Segundo o presidente, no planejamento apresentado pelo Executivo para a revisão do Plano Diretor não há informações sobre a produção de água. “O Executivo não fala de onde vai vir a água. Fala em fazer barragem, represa, mas para isso precisa ter a nascente para encher a represa. Não se fala em reversão de bacia, não se fala em investimento algum para água…”, lamentou Edu Gelmi.
O vereador foi firme ao considerar o risco da votação de um Plano Diretor prevendo crescimento de moradias sem ter água: “já imaginou a responsabilidade de aprovar o crescimento da cidade sem ter água? A água vai vir de onde? Vinhedo é uma das cidades que menos chove no estado de São Paulo”, destacou Edu Gelmi.
O presidente da Câmara finalizou seu pronunciamento solicitando que o assunto seja tratado com a devida responsabilidade. “Vamos revisar o Plano Diretor, autorizar o crescimento, discutir mobilidade, moradia, mas se não tiver água como é que vamos aprovar novos empreendimentos no município?”, finalizou Edu Gelmi.
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Fonte: Gabinete da Presidência | Vereador Edu Gelmi (MDB)